terça-feira, 25 de agosto de 2009

A Questão do Pacto, do Sacerdócio e da Lei em Hebreus PARTE 1


Permitam os leitores, em particular o Prof. Jean, começar esta resposta apresentando as definições clássicas de pacto e lei, encontradas em sites especializados (texto em azul e itálico sublinha o que achei importante destacar dentro das acepções encontradas. Azul normal, abaixo, meus comentários sobre os textos bíblicos, e em vermelho, as palavras da Bíblia):

1 - Pacto

do Lat. pactu - s. m.,

• ajuste entre duas ou mais pessoas • acordo • contrato: (do Lat. contractu -s. m.

ato ou efeito de contratar; acordo feito entre duas ou mais pessoas que transferem entre si algum direito ou se sujeitam a alguma obrigação;convenção, ajuste, convenio) • ajuste • constituição( do Lat. constitutione - s. f., ação ou efeito de constituir;compleição física;organização, natureza particular;formação;lei fundamental que regula os direitos, deveres e garantias dos cidadãos em relação ao Estado e a organização política de um país;natureza do governo de um país;estatuto, norma {do Lat. norma, régua, esquadro < Gr. gnórimos, fácil de conhecer- s. f.,

princípio que serve de regra;preceito [do Lat. praeceptu - s. m., regra de proceder;determinação;ensinamento;norma;doutrina;prescrição;
ordem;cláusula;condição.] lei;exemplo;modelo} pacto;ajuste;convenio • convenção

• conciliação (do Lat. conciliatione -s. f., ato ou efeito de conciliar;ato de harmonizar litigantes ou pessoas divergentes;congraçamento;acordo;concórdia)



2 - Lei

do Lat. lege- s. f.,

• norma de caráter imperativo, imposta ao homem, que governa a sua ação e que implica obrigação de obediência e sanção da transgressão (lei positiva) • preceito ou conjunto de preceitos obrigatórios que emanam da autoridade soberana de uma sociedade, do poder legislativo• conjunto das regras jurídicas estabelecidas pelo legislador• preceito ou norma de direito moral • norma social

• regra• preceito que exprime a vontade de Deus, da divindade • religião • domínio imposto pela conquista • ordem que se impõe • axiomas fundamentais que garantem o valor lógico do pensamento

• fórmula que enuncia uma relação invariável, constante e mensurável entre fenômenos ou entre as fases do mesmo fenômeno (lei científica) • por ext. princípio essencial e constante, decorrente da natureza das coisas, que se impõe aos homens pelo seu caráter de necessidade (lei natural).

Não sou, evidentemente, habilitado a discorrer mais profundamente sobre as diferenças entre pacto e lei. Mas, fica claro, pelo texto apresentado, que embora haja pontos de contato entre as duas definições, ambas são distintas. Reparem em dois pontos importantes: primeiro, que uma das definições de pacto é constituição, esta sendo referida como lei fundamental regulatória das relações entre cidadãos e governo. No caso do pacto proposto por Deus aos israelitas, havia a clara condição do progresso, bem estar, paz, prosperidade, saúde, estarem intrinsecamente relacionados à obediência. Vergonha, desprezo, doença, guerra, maldição, por seu turno, eram as consequências naturais da desobediência. (Deuteronômio 6, 7 e 8, 28, mas há mais, só que não é o caso de se estender na referência a textos agora).

Segundo: que a definição de lei, e não a de pacto, inclui uma citação de Deus, afirmando que lei exprime a vontade de Deus. Estabelecer regras e depois as considerar, para o povo de então, como pacto e não legislação foi mais uma prova do amor e sabedoria de Deus. A quebra do pacto implica em terríveis consequências, de todo modo, e sua observação resulta em bençãos sem medida, mas pacto é muito mais amigável que lei, mais assimilável, mais perto do caráter de Deus. Evidentemente, anos e anos a fio de desobediência tornaram natural a definição, e a percepção, dos mandamentos como lei, mas nada isso invalida a autoridade e permanência tanto de Deus quanto dos seus mandamentos.

Pequena pausa: sempre ouvia falar que um mesmo texto, a cada vez que é lido, pode trazer lições diferentes, e ser a cada leitura fonte de novas e importantes descobertas. Enquanto procurava os textos acima citados, parei em Deuteronômio 7:9, que registra:

9


Saberás, pois, que o SENHOR teu Deus, ele é Deus, o Deus fiel, que guarda a aliança e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e guardam os seus mandamentos.

Ora, o que temos aqui?? Dando um salto no tempo bíblico, vamos até o conhecido texto em que Jesus dá uma sutil repreensão em Pedro. Você já deve ter ouvido isso em pelo menos um sermão. Pedro, querendo mostrar superioridade - mal tão comum na minha raça - depois que Cristo insta o ser humano a ir ter com o irmão com quem se desentendeu e fazer as pazes, pergunta quantas vezes ele deveria perdoar seu próximo. A norma judaica prescrevia três oportunidades. Passado isso, seria letra morta o perdão para aquela pessoa. Pedro estufa o peito e lança o número que lhe parecia perfeito: Devo perdoar sete vezes, ou seja, mais que o dobro da norma estabelecida? Jesus retruca assim: Não, Pedro, eu diria setenta vezes sete. Então Jesus quis dizer que o limite na verdade era de 490 vezes? Claro que não, somente quis dizer que o perdão deve ser ilimitado.

Com esse tipo de matemática divina em mente, voltemos ao Deuteronômio. Deus é fiel e misericordioso até mil gerações. De vinte em vinte anos aparece no planeta uma nova geração, como cantou Zé Rodrix em sua canção Gerações, escrita nos loucos anos 1970. Vinte vezes mil igual vinte mil... Ou seja, falar em abolição dos mandamentos diante de uma multiplicação cujo resultado é tão contundente, 40 vezes mais que a de Jesus, significa só e uma única coisa: falta de leitura dos textos bíblicos.

Professor Jean e demais leitores: leigo tem que cuidar meticulosamente do que escreve, para não incorrer em erros, bravatas ou que tais. E como julgo que isto vá ser publicado no Adventistas.com, não quero avançar nas laudas escritas. Eu também quero considerar que o texto exaustivamente citado pelo Professor Jean, II Coríntios 3:14, não pode servir de base para o que ele afirma:

14


Mas os seus sentidos foram endurecidos; porque até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do velho testamento, o qual foi por Cristo abolido;

As razões, claro, não são pessoais, mas as de um dos livros mais significativos entre tantos outros da coleção sagrada. Vamos aos textos, passo a passo:



Hebreus 4-1 a 11 - Versão Católica - Site Bibliaonline.com.br

1


¶ Enquanto, pois, subsiste a promessa de entrar no seu descanso, tenhamos cuidado em que ninguém de nós corra o risco de ser excluído.

2


A boa nova nos foi trazida a nós, como o foi a eles. Mas a eles de nada aproveitou, porque caíram na descrença.

3


Nós, porém, se tivermos fé, haveremos de entrar no descanso. Ele disse: Eu jurei na minha ira: não entrarão no lugar do meu descanso. Ora, as obras de Deus estão concluídas desde a criação do mundo;

4


pois, em certa passagem, falou do sétimo dia o seguinte: E, terminado o seu trabalho, descansou Deus no sétimo dia {Gn 2,2}.

5


Se, pois, ele repete: Não entrarão no lugar do meu descanso,

6


é sinal de que outros são chamados a entrar nele. E como aqueles a quem primeiro foi anunciada a promessa não entraram por não ter tido a fé,

7


Deus, após muitos anos, por meio de Davi, estabelece um novo dia, um hoje, ao pronunciar as palavras mencionadas: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações.

8


Se Josué lhes houvesse dado repouso, não teria depois disso falado dum outro dia.

9


Por isso, resta um repouso sabático para o povo de Deus.

10


E quem entrar nesse repouso descansará das suas obras, assim como descansou Deus das suas.

11


¶ Assim, apressemo-nos a entrar neste descanso para não cairmos por nossa vez na mesma incredulidade.

Negrito acrescentado

Incredulidade dos que endureceram seus corações no deserto, conforme Hebreus 3: 7 e 11 - Versão Almeida Corrigida e Fiel- idem

7


¶ Portanto, como diz o Espírito Santo: Se ouvirdes hoje a sua voz,

8


Não endureçais os vossos corações, Como na provocação, no dia da tentação no deserto.

9


Onde vossos pais me tentaram, me provaram, E viram por quarenta anos as minhas obras.

10


Por isso me indignei contra esta geração, E disse: Estes sempre erram em seu coração, E não conheceram os meus caminhos.

11


Assim jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso.

15 a 19 - idem, idem

15


Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, Não endureçais os vossos corações, como na provocação.

16


Porque, havendo-a alguns ouvido, o provocaram; mas não todos os que saíram do Egito por meio de Moisés.

17


Mas com quem se indignou por quarenta anos? Não foi porventura com os que pecaram, cujos corpos caíram no deserto?

18


E a quem jurou que não entrariam no seu repouso, senão aos que foram desobedientes?

19


E vemos que não puderam entrar por causa da sua incredulidade.

Sem obediência, somada à incredulidade, nada de Nova Terra, do repouso eterno sabático no mundo sem pecado para sempre!

4:7 - Versão Católica, idem

7


Deus, após muitos anos, por meio de Davi, estabelece um novo dia, um hoje, ao pronunciar as palavras mencionadas: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações.

Obediência: Hebreus 5:8 e 9: Versão ACF, idem

8


Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu.

9


E, sendo ele consumado, veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que lhe obedecem

Versão Católica

8


Embora fosse Filho de Deus, aprendeu a obediência por meio dos sofrimentos que teve.

9


E uma vez chegado ao seu termo, tornou-se autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem,

Hebreus esclarece, sem a menor possibilidade de suscitar dúvidas, qual a lei que foi, efetivamente, abolida quando da morte de Jesus na cruz e o consequente rasgar do véu em duas partes no lugar santíssimo. Veja:

Mudança de sacerdócio e abolição da lei cerimonial - Hebreus 7: 11 a 28 - VC

11


¶ Se a perfeição tivesse sido realizada pelo sacerdócio levítico {porque é sobre este que se funda a legislação dada ao povo}, que necessidade havia ainda de que surgisse outro sacerdote segundo a ordem de Melquisedec, e não segundo a ordem de Aarão?

12


Pois, transferido o sacerdócio, forçoso é que se faça também a mudança da lei.

13


De fato, aquele ao qual se aplicam estas palavras é de outra tribo, da qual ninguém foi encarregado do serviço do altar.

14


E é notório que nosso Senhor nasceu da tribo de Judá, tribo à qual Moisés nada encarregou ao falar do sacerdócio.

15


Isto se torna ainda mais evidente se se tem em conta que este outro sacerdote, que surge à semelhança de Melquisedec,

16


foi constituído não por prescrição de uma lei humana, mas pela sua imortalidade.

17


Porque está escrito: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedec.

18


Com isso, está abolida a antiga legislação, por causa de sua ineficácia e inutilidade.

19


Pois a lei nada levou à perfeição. Apenas foi portadora de uma esperança melhor que nos leva a Deus.

20


E isso não foi feito sem juramento. Os outros sacerdotes foram instituídos sem juramento.

21


Para ele, ao contrário, interveio o juramento daquele que disse: Jurou o Senhor e não se arrependerá: tu és sacerdote eternamente.

22


E esta aliança da qual Jesus é o Senhor, é-lhe muito superior.

23


Além disso, os primeiros sacerdotes deviam suceder-se em grande número, porquanto a morte não permitia que permanecessem sempre.

24


Este, porque vive para sempre, possui um sacerdócio eterno.

25


É por isso que lhe é possível levar a termo a salvação daqueles que por ele vão a Deus, porque vive sempre para interceder em seu favor.

26


Tal é, com efeito, o Pontífice que nos convinha: santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e elevado além dos céus,

27


que não tem necessidade, como os outros sumos sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro pelos pecados próprios, depois pelos do povo; pois isto o fez de uma só vez para sempre, oferecendo-se a si mesmo.

28


Enquanto a lei elevava ao sacerdócio homens sujeitos às fraquezas, o juramento, que sucedeu à lei, constitui o Filho, que é eternamente perfeito.

domingo, 23 de agosto de 2009

Igreja Adventista do Sétimo Dia inaugura sede administrativa no Tocantins

No dia 27 de agosto, as 8h30 será inaugurada a sede administrativa da Igreja Adventista do Sétimo Dia no Tocantins - Missão do Tocantins. Esse evento inaugura um marco na vida da comunidade tocantinense, que pretende fundamentar e tornar-se referência no desenvolvimento físico, mental, educacional e espiritual, em todo o estado.

A Missão do Tocantins tem como objetivo, além de consolidar as igrejas já plantadas e também envolver-se no projeto de plantio de novas igrejas em municípios sem a presença da mesma. Já na área social, visa ampliar seus projetos sociais, proporcionando aos cidadãos tocantinenses menos favorecidos, projetos assistenciais de desenvolvimento e auto sustentação, através de sua Agência de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais – ADRA. A fim de cooperar com o crescimento da qualidade de vida da população tocantinense e inibir o crescimento da violência familiar, várias campanhas de resgate familiar e de orientação contra o abuso e violência, serão realizadas a cada ano, em diversos municípios e instituições.

Outro programa social que será implementado em todo o estado, é o Clube de Desbravadores e Aventureiros que tem como foco principal o desenvolvimento, físico, mental e espiritual de juvenis e adolescentes, com um trabalho voltado para a comunidade, companheirismo, a preocupação com o próximo e com o meio ambiente.

A inauguração da também será transmitida ao vivo pelo internet, no site: www.mto.org.br